segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Bruxelas - Parte 1


Arte de rua genial em Bruxelas.
Quando a decisão de sair do Brasil se apresentou em nossas vidas rolaram várias brigas sobre qual deveria ser o destino. Octaviano é aficionado com a Austrália e eu queria vir pra Europa de qualquer jeito. Ele tentava (coitado) argumentar que a Austrália era perto da Ásia e eu olhava pra ele e dizia: "E qualquer país da Europa é perto de qualquer país de Europa". Acho que ele nunca chegou a entender completamente essa coisa que eu tenho com a Europa (e que não tenho com a Ásia). Nem eu consigo explicar na verdade, mas o fato é que esse continente me atrai, de Portugal à Rússia eu acho que não tem um país que eu diga "eu não quero te conhecer, país feio"!

Assim, mudamos pra Escócia com o objetivo de aproveitar os vôos baratos das piores empresas de aviação do mundo e nos jogarmos em doses homeopáticas pra desvendar os mistérios locais. E, por um enorme acaso do destino, começamos com a Bélgica. Pátria do avô do Octaviano e que por isso mesmo tem um gostinho especial conhecer.

Como causar no aeroporto

Viajar com os Buscapé-Colombrini-de Calais não seria viajar se não envolvesse mico, perrengue e gringuice. E a gente começou bem dessa vez. Já antes mesmo de embarcar.

Saímos de Aberdeen pra Edimburgo e passamos a noite por lá. Acordamos cedinho (3:30 da matina) e fomos pro aeroporto com folga pro embarque. E ai, quando a gente chegou lá, começou o ensaio do caos. A gente esqueceu de imprimir a passagem, o que seria normal se voássemos TAM, Gol, Azul... mas não, estávamos voando com a Ryanair, que é a pior melhor empresa de aviação do mundo. Melhor pois as tarifas são realmente baixas, pior porque... bom, tem muitos porquês. Porque eles cobram uma fortuna pra qualquer outra coisa, só permitem 1 único volume que deve ser levado na mão e pesar no máximo 10 kls, porque os aeroportos deles são todos pegadinha (tipo: Viracopos-São Paulo.... só tendo perdido o mapa e sendo burro pra cair que 1 hora de translado de carro faz o aeroporto ser naquela cidade) e por ai vai.

Pra imprimir a passagem no aeroporto teríamos que pagar mais que a passagem em si! Ahá! Só faltou o Sérgio Malandro sair de trás do balcão nessa hora e gritar 'Glu-glu'! 

Longa história resumida, depois de correr pelo aeroporto, usar 2 celulares, 1 computador, uma porcaria duma máquina (da IBM ironicamente) e ficarmos quase loucos; conseguimos embarcar em cima da hora. 

Mais Buscapé-Colombrini-de Calais que é Buscapé-Colombrini-de Calais tem que piorar tudo, né? Fui parada no Raio-X. Aparentemente - deve ser o narigão - eu tenho cara de terrorista e devo ter particularmente cara de quem pretende explodir uma aeronave com cosméticos. Doeu ver a mulher jogando meu demaquilante fora... e nisso foi também o micro shampoo, o micro condicionador, o micro desodorante e todos os micro potes que eu tinha comprado pra levar. Tudo isso pro Octaviano conseguir passar com uma garrafa de 600 ml de Coca Zero que eu tinha deixado na mochila dele e esquecido de tirar. É pra aprender a nunca mais reclamar dos policiais federais bonzinhos do Brasil!


Chegando em Bruxelas

Lembra que avisei do aeroporto pegadinha? Pois é, 1 horinha de ônibus de Charleroi até Bruxelas. Se 1 hora de ônibus é muito no Brasil, esse país de proporções continentais, imaginem na Bélgica, um país menor que o estado da Paraíba!!!!! Sem perrengue, saindo do aeroporto é só pegar um ônibus que deixa na estação de trem e de metrô em Bruxelas (o ônibus custa €$ 13,00 por pessoa e você já pode comprar a volta para evitar problemas).

Chegando em Bruxelas demos uma super caminhada até o hotel, largamos as malas e fomos conhecer a cidade e já fomos brindados com um clima sensacional: sol, calor, céu aberto! Ah, coisa linda de se ver! Ainda mais quando se vive na Escócia.

Atomium
Como no dia seguinte encontraríamos uma amiga Ucraniana, que já conhece Bruxelas, resolvemos começar pelo lugar mais distante e fomos direto para Heysel (que eu ainda não entendi se é a região ou só o nome da estação do metrô). É nessa área que ficam o Atomium, a Mini-Europa, o Palácio Real (onde família real realmente vive, não aberto para visitação), o Parc de Laeken, o monumento ao Leopoldo I e os Jardins du Fleuriste Stuyvenberg (que na minha opinião já vale a ida até Hayes e rendeu algumas das melhores fotos da viagem.

Monumento Leopold I
Parc de Laeken e o Atomium ao fundo
O Atomium é legal e vale a pena pagar pra subir. A vista é linda e pensar que aquilo tudo foi construído em 58 é bem louco. A mini-europa é... nhá! Eu acho que vale a pena com crianças, eu me diverti claro (tenho a alma de uma criança), mas teria passado sem. Piora um pouco o fato do lugar estar meio caidinho, algumas maquetes quebradas e tal.


Tradicionais fotos turísticas...
...em tamanhos reduzidos.
Já o tal do jardim com nome difícil, esse é sensacional. Recomendo muito. Ainda mais em um dia de sol, quando os gringos todos saem pra torar na grama.


Jardins du Fleuriste Stuyvenberg
Fleuriste Stuyvenberg

Comandante, capitão, tio, brother, camarada, chefia, amigão, desce mais uma rodadada.

Saindo de lá voltamos para o centro de Bruxelas, passeamos nas redondezas do hotel (ficava perto da sede da EU) e como já estávamos abalados pelo calor de 26oC (quando se vive a 10oC isso é realmente quente) e como já havíamos programado um tour pela manhã (no dia seguinte) resolvemos aproveitar uma das melhores especialidades Belgas: a cerveja!!!!

Aqui eu vou me dar o direito e fugir de restrições temporais e farei o resumo de 2 dias de cerveja.

Aparentemente, não é a água que faz a cerveja dos caras ser tão sensacional, e sim um tipo de levedura muito particular da região. E é por isso que quando você compra Leffe nacional no supermercado no Brasil ela nem de longe é tão gostosa quanto a Leffe importada que custa o olho da cara. São as leveduras erradas, carinha!

Eu não entendo de cerveja o quanto queria e depois da terceira eu já não ia lembrar de anotar nada mesmo, então eu não tenho um resumo do grau alcoólico, tipo e blá, blá, blá. Eu sei que tirei fotos com as garrafas das cervejas que gostei, só que agora não acho a foto da La Trappe, da Leffe... Acho que foi o efeito cerveja belga que me fez perder as fotos. (PS - qualquer uma dessas ai tem minha humilde recomendação e pra quem entende de cerveja eu vou chover no molhado).

Orval e Duvel
Chimay
Kasteel
Westmalle
Quem conseguir ler o nome ganha um beijo...
Chimay e Simone Larger
E se você gosta de cerveja, não pode deixar de ir ao Delirium. Reza a lenda (e o Guinness Book) que o local possui mais de 2500 cervejas. Então não deixe de ir. Quando estiver lá aproveite e faça a mesma descoberta genial que eu fiz.

Aparentemente os monges ficaram entediados de rezar e fazer cerveja trapista e resolveram fazer queijo trapista também. E é por isso que a Chimay e a Orval tem queijo meu amigo. E o tal do queijo é delicioso. O da Chimay (foto abaixo) tem a casca bem grossinha, amarela, por dentro é mais cremoso. Fica bem com pão, cerveja, puro, com geléia... me esbaldei.


E a gente continua ainda essa semana com o resto da perdição culinária Belga e o centro da cidade, que é genial!

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